Conheça G. Bruce Boyer, uma das maiores autoridades do estilo masculino

Em 1973 a revista Town & Country nunca havia publicado, até então, qualquer matéria sobre moda masculina.

No entanto, naquele ano, o editor chefe da revista recebeu um artigo de G. Bruce Boyer, esclarecendo o estilo e as roupas do Duque de Windsor, que tinha falecido recentemente.

A publicação do artigo de Boyer foi o marco inicial de um reinado de 18 anos como editor de moda masculina da Town & Country, onde ele não apenas escrevia histórias, como também comandava as sessões de fotos como estilista.

O editor chefe da revista se encantou com o estilo da escrita de Bruce, que ele chamou de “autoridade sofisticada”. Boyer trouxe de sua formação em Literatura, citações de nomes como Shakespeare e Chaucer, para a sua escrita.

G. Bruce Boyer

Com graduação e mestrado em Literatura Inglesa pela prestigiada Moravian University, Bruce chamava atenção com seu entendimento de moda e estilo masculino, além de possuir escrita cativante.

Desde que iniciou na Town & Country , Bruce teve uma carreira de destaque, chegando ao auge da especialização em estilo e roupas masculinas. Hugo Jacomet em Parisian Gentleman o chama de “uma das maiores autoridades vivas do estilo masculino”. 

Embora poucos tenham conhecimento da proveniência dessa enigmática primeira letra inicial de seu nome, muitos no mundo da moda masculina arriscam um palpite de que o G significa God (Deus em inglês). 

E é dessa maneira que é respeitado – ou melhor, reverenciado – G. Bruce Boyer está dentro dos principais círculos da indumentária masculina.

G. Bruce Boyer

Se a revista Town & Country parece pouco ou não é tão conhecida no Brasil, os artigos de Boyer foram publicados na Esquire, Harper’s Bazaar, Forbes, The New York Times, The New Yorker, Departures, Plaza Uomo e The Rake

G. Bruce Boyer foi o primeiro jornalista de moda americano a escrever para a famosa revista de moda italiana L’Uomo Vogue. 

Ele é autor de três livros sobre a história da moda masculina:Elegance: A Guide to Quality in Menswear; Eminently Suitable; e seu mais recente, True Style: The History and Principles of Classic Menswear. Ele também escreveu dois livros sobre a história da moda no cinema: Rebel Style: Cinematic Heroes of the Fifties e Fred Astaire Style. 

Veja também: 46 homens de estilo para você se inspirar. Na música, teatro, cinema, política e esportes.

Boyer foi também co-autor de Gary Cooper: Enduring Style com a filha de Cooper, Maria Cooper Janis, e foi colaborador e consultor da The Encyclopedia of Clothing and Fashion.

Nenhum dos livros de Bruce foi traduzido para o português.

Bruce apareceu em diversos programas de tv americanos, na National Public Radio, e foi consultor e comentarista na série de documentários de TV The Hollywood Fashion Machine.

Seu profundo conhecimento e experiência o recomendaram ao Museu do Fashion Institute of Technology, onde contribuiu para várias exposições, incluindo em 2014 a co-curadoria “Elegance in an Age of Crisis: Fashions of the 1930s”, para a qual foi co-autor do livro que acompanhava a exposição.

Dentro da indústria da moda, Bruce trabalhou como coordenador de relações públicas e mídia para a Custom Tailors & Designers Association of America e é consultor editorial de roupas masculinas, moda e aparência. 

Seu amplo conhecimento da indústria de roupas e negócios personalizados também o levou a consultoria de imagem pessoal e corporativa, bem como a escrever e ser consultor de fabricantes de roupas, designers e varejistas, incluindo Paul Stuart, Ralph Lauren, Bergdorf Goodman e Drake’s de Londres, entre outros.

Mais recentemente, Bruce colaborou com o fabricante italiano de camisas Marol em uma coleção de camisas masculinas de alta qualidade disponíveis nas lojas de varejo da Marol em todo o mundo.

Bruce não apenas faz moda bem; ele veste bem. Em 2017, o Permanent Style — a autoridade britânica em moda masculina clássica e luxuosa e um dos melhores sites masculinos do mundo de acordo com GQ, Esquire, The New York Times e outros — o nomeou entre os cinco homens mais bem vestidos do ano.

Veja também: A diferença entre moda, estilo e elegância.

Os 10 mandamentos de estilo de G. Bruce Boyer

1) O provérbio chinês diz: compre o melhor e você só chora uma vez. Roupas de qualidade são duráveis ​​e sempre na moda. Compre o melhor que puder e mantenha-o. Não deixe sua esposa ou namorada jogar suas roupas fora. O verdadeiro luxo é a compreensão da qualidade.

2) Você deve ter notado que roupas atléticas na verdade têm o resultado irônico de fazer muitas pessoas parecerem menos atléticas do que em quase qualquer outro tipo de roupa.

3) Existem dois tipos de loucos: os que pensam que são Napoleão e os que pensam que podem comprar um bom terno barato. Cada compra deve ser um compromisso de longo prazo.

4) Quem tem dinheiro pode comprar moda a qualquer momento. Estilo você tem que aprender e ganhar. Ela se desenvolve e se refina. Você não vai encontrar na vitrine, ou simplesmente conhecendo as grifes da moda.

5) Há um fenômeno relativamente novo – você pode conferir isso em todos aqueles blogs “estilosos” – de homens se vestirem como se fosse um esporte sangrento, uma competição ao invés de uma celebração. Eles usam suas roupas como se fossem armas e, portanto, quase nunca parecem confortáveis ​​com o que estão vestindo.

6) As pessoas falam sobre como as roupas devem servir, mas caber é um conceito sem sentido. Bons alfaiates não buscam ajuste, mas efeito. E efeito significa proporção. A ideia é ajudar a sua figura, não reproduzi-la.

7) Nunca pareça arrumado, sempre pareça que acabou de se vestir… mesmo que isso leve algum tempo e esforço. Como antropólogo perspicaz dos elegantes, posso dizer que os que se vestem melhor parecem viver em suas roupas.

8) Não existe tamanho único.

9) Como me disse uma vez um bordel, não existem truques, existem apenas entusiasmos.

10) Algumas pessoas acham que as roupas não são importantes, enquanto outras acham que são tudo. Na minha escrita e no meu guarda-roupa, tentei caminhar nessa linha tênue entre esses dois extremos. Um bom terno não é uma cura para o câncer ou para o aquecimento global, mas é importante se apresentar com confiança. Pode ser superficial, mas devemos deixar os aspectos mais profundos de nossas almas para padres, psiquiatras e reflexões noturnas.

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